O meu pai levou-me até à cidade no nosso velho carro azul. Parámos numa grande rotunda à espera que as luzes ficassem verdes.
Vi uma senhora a andar ao lado da rua. Usava um lindo vestido cor-de-laranja vivo.
Tinha um grande cinto vermelho à volta da cintura.
Na mão, trazia uma pequena mala de mão cor-de-laranja brilhante.
Usava um par de sapatos altos cor-de-laranja brilhantes.
Parou e tocou no seu cabelo comprido, que estava amarrado no meio com um gancho.
Enquanto ajeitava o gancho, a sua mala de mão caiu. "Oh," disse eu sentindo pena dela.
A senhora baixou-se para apanhar a sua mala de mão.
Vi uns brincos cor-de-laranja compridos enquanto ela limpava o pó da sua mala de mão.
As luzes mudaram para verde, e o nosso carro arrancou, mas eu fiquei a olhar para trás.
"Para o que é que estás a olhar?" perguntou o meu pai.
"Para aquela senhora cor-de-laranja," disse eu. Pensei na cor laranja durante todo o dia.